Justiça do Rio afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) afastou, nesta quinta-feira (15), Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão foi assinada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor da entidade. Ele deverá convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
Na decisão, o magistrado declarou nulo o acordo que havia sido homologado anteriormente pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando “incapacidade mental” e possível falsificação da assinatura de um dos signatários: o ex-presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes.
“Declaro nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela Corte Superior, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido por Coronel Nunes”, escreveu o desembargador.
Ednaldo foi informado do afastamento enquanto participava de um congresso da Fifa, em Assunção, no Paraguai. A decisão é passível de recurso nos tribunais superiores (STJ ou STF). Esta é a segunda vez que ele é afastado do cargo: em dezembro de 2023, o dirigente também foi retirado da presidência, mas retornou um mês depois por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
Nomeado interventor, Fernando Sarney é um dos atuais vice-presidentes da CBF e faz parte da ala opositora a Ednaldo. Ele não integrou a chapa de reeleição aclamada em 24 de março deste ano, mas seu mandato como vice vai até março de 2026.
Na semana passada, dois pedidos foram protocolados no STF solicitando o afastamento de Ednaldo. As ações foram apresentadas pela deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e pelo próprio Fernando Sarney. Ambos alegam que houve falsificação da assinatura do Coronel Nunes no acordo firmado no início deste ano — documento que encerrou uma ação judicial sobre o processo eleitoral da entidade e possibilitou a reeleição de Ednaldo.
Um laudo pericial reforça a suspeita de falsificação. Caso seja comprovada a irregularidade, o acordo perde validade jurídica, segundo os autores dos pedidos.
O caso voltou ao TJ-RJ por determinação do ministro Gilmar Mendes, que, no último dia 7, negou o afastamento imediato de Ednaldo, mas determinou que o tribunal estadual fizesse uma “apuração imediata e urgente dos fatos narrados nas petições”.
O desembargador Zéfiro, então, marcou uma audiência para ouvir o Coronel Nunes na última segunda-feira (13), mas o ex-dirigente não compareceu por questões de saúde, segundo seu advogado. A audiência foi cancelada, e, diante dos elementos disponíveis, o desembargador decidiu nesta quinta pelo afastamento de Ednaldo Rodrigues.
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