Está muito cotado para ser o relator da CPI que vai apurar os atos de 8 de janeiro o deputado federal maranhense André Fufuca (Progressistas). Caso a relatoria fique com a Câmara, o que depende de acordo político, a presidência deve ser ocupada por um senador.
Pelas contas do governo Lula, sua base de apoio terá direito a 21 das 32 cadeiras do colegiado —sendo 11 no Senado Federal e 10 na Câmara dos Deputados. Para isso, o Palácio do Planalto vai precisar construir acordo com o blocão capitaneado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além de convencer o Republicanos —que integra outro bloco, também de viés centrista— a indicar um deputado mais próximo ao governo para o colegiado.
Caso Lira emplaque Fufuquinha, que de sua confiança, terá muito mais influência na comissão.
Sem conseguir evitar a criação da comissão, a base de Lula decidiu aderir à criação do grupo depois de imagens da invasão ao Planalto sugerirem a omissão de agentes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e resultarem na queda do general Gonçalves Dias. Assim, articula para ter maior influência e evitar desgaste com os bolsonaristas.
Com a criação dos blocos, o PL ficou somente com a terceira maior bancada da Câmara e terá direito a três cadeiras —perdendo o direito de indicar o relator ou presidente do colegiado.
O bloco capitaneado por Lira terá cinco assentos. As cadeiras ainda serão distribuídas entre o bloco MDB-PSD-Republicanos-Podemos-PSC (quatro deputados), a federação de PT-PC do B-PV (dois), federação PSOL-Rede (um) e o Novo, que também terá direito a indicar um deputado.
De Clodoaldo Correia